Senado aprova indicação de Flávio Dino para ministro do STF
- 14/12/2023
O plenário do Senado aprovou, na noite desta quarta-feira
(13), a indicação de Flávio Dino para o cargo de ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF). Ministro da Justiça e Segurança Pública do governo federal, Dino
foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para na vaga aberta com
a aposentadoria da ex-ministra Rosa Weber. Foram 47 votos favoráveis, 31 votos
contrários e duas abstenções. Essa foi a última etapa antes da confirmação de
Dino como novo magistrado.
Antes da votação em plenário, Dino passou por uma sabatina
de quase 11 horas na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), onde
recebeu o voto favorável de 17 dos 27 integrantes do colegiado.
Na mesma sessão, também foi sabatinado o subprocurador da
República Paulo Gonet, indicado para a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Gonet obteve 23 votos favoráveis, quatro contrários e nenhuma abstenção, e terá
seu nome apreciado pelo plenário do Senado ainda na noite desta quarta-feira.
Sabatina
A sabatina, que começou por volta das 9h40, foi realizada em
sessão conjunta com os dois indicados. Esse formato, decidido pelo presidente
da CCJ, gerou críticas de senadores de oposição, mas acabou sendo mantido por
Alcolumbre, após a mudança no rito previamente previsto, permitindo que os
senadores pudessem fazer as perguntas de forma individualizada e não a cada
bloco de três inquirições, como previamente estipulado.
Em sua apresentação, Flávio Dino enumerou os princípios que
pretende seguir em suas atividades no STF, como a defesa da separação e
harmonia entre os poderes, a forma federativa do Estado, com direito ao voto,
eleições periódicas, e garantia dos direitos fundamentais. Dino, que atualmente
é senador licenciado e ocupa o cargo de ministro da Justiça e Segurança
Pública, seguiu carreira como juiz federal durante 12 anos. Durante sua fala
inicial, ele também procurou diferenciar justamente os papéis de político e
juiz.
No decorrer da sabatina, Flávio Dino ainda rebateu críticas
sobre sua atuação como ministro da Justiça durante a tentativa de golpe de
Estado de 8 de janeiro. Ele também opinou sobre temas como o mandato para
ministro dos STF e a regulação de redes sociais.
Perfil
O atual ministro da Justiça e Segurança Pública, e agora
futuro ministro do STF, é formado em Direito pela Universidade Federal do
Maranhão (UFMA), com mestrado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Foi juiz federal por 12 anos, período no qual ocupou a
presidência da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a
secretaria-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele deixou a
magistratura para seguir carreira política, elegendo-se deputado federal pelo
Maranhão, em 2006.
O ministro também presidiu a Embratur entre 2011 e 2014, ano
em que se elegeu governador do Maranhão. Em 2018, foi reeleito para o cargo.
Nas últimas eleições, em 2022, elegeu-se senador e, logo após tomar posse, foi
nomeado ministro da Justiça e Segurança Pública. Agora, aos 55 anos, é o
indicado de Lula para o STF.
Dino assumirá a vaga deixada pela ministra Rosa Weber, que
se aposentou compulsoriamente da Corte, ao completar 75 anos de idade, no
início de outubro. Rosa foi nomeada pela então presidente Dilma Rousseff, em
2011.
Com Inf: EBC | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
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