PL das Fake News deve ganhar força em 2024 com eleições municipais
- 06/12/2023
O debate em torno de melhorias e da aprovação do Projeto de
Lei 2.630, conhecido como PL das Fake News, foi o principal tema na manhã desta
terça-feira (5) no Seminário Informação, Big Techs e Democracia na América
Latina, que ocorre na capital paulista.
Segundo Paulo Rená, ativista da Coalizão de Direitos na
Rede, a discussão está adormecida no Congresso Nacional no momento, mas deve
voltar ano que vem, com a proximidade das eleições municipais. No entanto, Rená
diz que as propostas que forem apresentadas podem ser pouco efetivas.
“O PL vai voltar ano que vem, porque, de novo, é ano
eleitoral, e já existe uma onda de pressão, que é a emergência, a urgência de
tentar resolver para evitar as fake news [notícias falsas]. E tem também a
ideia fantasiosa de que seria possível impedir a desinformação. O que se pode
conseguir é lidar com a desinformação de um jeito responsável, de um jeito
célere, de um jeito seguro”, afirma Rená.
Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), a eventual
aprovação do PL 2.630 não vai encerrar a luta por melhorias no combate à
desinformação e ao monopólio das big techs, que são grandes empresas da área de
tecnologia. Silva lembra que é fundamental incluir nessa questão a luta pelo
financiamento do jornalismo público e plural.
“A Fenaj [Federação Nacional dos Jornalistas] defende a
tributação das big techs, há quem defenda fundos públicos, há quem defenda
acordo de cooperação entre big techs e empresas [jornalísticas]. Há uma homilia
de possibilidades, mas eu considero central para a garantia do acesso à
informação que na nossa agenda coloquemos na mesa alternativas para financiar
produção e difusão da informação", acrescenta o deputado.
O secretário de Políticas Digitais da Secretaria de
Comunicação Social da Presidência da República, João Brant, informou que uma
proposta de financiamento será apresentada pelo governo nas próximas semanas a
entidades como a Fenaj e a Associação de Jornalismo Digital (Ajor).
Brant destacou ainda medidas para o combate à desinformação,
como a educação midiática. “Tivemos a primeira semana de educação midiática com
403 atividades em 24 dos 27 estados, que se deu por meio de parceria com quem
já constrói isso no dia a dia e pela parceria com secretarias estaduais e
municipais de Educação." Para ele, isso indica que o governo federal está usando o poder de
chamamento que tem e que precisa ser bem utilizado. "Estamos fechando que,
na proposta de educação em tempo integral, entrará a educação midiática. Temos
a meta de formar 300 mil professores em educação midiática no PPA [Plano
Plurianual].”
Na esfera internacional, o secretário destacou ainda a
recente declaração conjunta com a Alemanha com foco no combate à desinformação
e ao extremismo e reforçou o fato de o Brasil ter trazido recentemente para o
G20 o debate sobre a integridade da informação.
O seminário tem atividades ainda nesta tarde e amanhã (6). A
programação pode ser acompanhada no YouTube do Intervozes ou da Coalizão de
Direitos na Rede.
Com Inf: EBC |Foto: Wilson
Dias/Agência Brasil
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