Ministro do TSE condena Bolsonaro à inelegibilidade pela terceira vez
- 07/11/2023
O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), decidiu condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro à
inelegibilidade pela terceira vez. A decisão foi publicada ontem (6). O caso
diz respeito ao abuso de poder durante as comemorações do 7 de setembro de
2022.
Cada condenação corresponde a oito anos sem poder se
candidatar. Contudo, o prazo não se acumula, ou seja, deve ser contado apenas
uma vez, a partir da data do segundo turno das Eleições Gerais de 2022. Dessa
maneira O ex-presidente continua impedido de participar das eleições até 2030.
Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro
nas eleições de 2022, também foi condenado à mesma pena, pela segunda vez.
A poucos dias de terminar seu mandato como corregedor-geral
Eleitoral no TSE, Benedito Gonçalves aplicou o entendimento do plenário em
análise anterior envolvendo os mesmos fatos. Ele afirmou que, após o
julgamento, ficaram “comprovadas” as condutas abusivas de ambos nas
comemorações do Bicentenário da Independência.
O ministro determinou “a comunicação imediata desta decisão
à Secretaria da Corregedoria-Geral Eleitoral para que promova a devida anotação
no histórico de Jair Messias Bolsonaro e de Walter Souza Braga Netto, no
Cadastro Eleitoral, da hipótese de restrição à sua capacidade eleitoral
passiva, também em função desta Ação de Investigação Judicial Eleitoral
(Aije)”.
Protocolada pela coligação Brasil da Esperança, que apoiou o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha, essa ação de investigação
judicial eleitoral (Aije) tramita em separado e envolve também outras 15
pessoas. Em relação aos outros investigados, Gonçalves autorizou uma série de
medidas para dar andamento ao processo.
O ministro, entretanto, decidiu antecipar a condenação de
Bolsonaro e Braga Netto afirmando terem ficado “comprovadas” as condutas
abusivas de ambos nas comemorações do Bicentenário da Independência”.
Entenda
No mês passado, o plenário do TSE conclui por maioria de 5 a
2 ter havido uso eleitoreiro do aparato estatal por Bolsonaro e Braga Netto
durante as comemorações do 7 de setembro.
Na ocasião, Gonçalves citou, entre as acusações, a
realização de uma entrevista de Bolsonaro à TV Brasil, usando a faixa
presidencial, antes do início do desfile em Brasília, bem como a autorização do
governo para que tratores de agricultores apoiadores do ex-presidente
participassem do desfile militar.
O ministro também citou a participação do empresário Luciano
Hang, conhecido apoiador de Bolsonaro, no palanque oficial e a autorização para
entrada de um trio elétrico na Esplanada dos Ministérios para realização do
comício do então presidente após o desfile.
No Rio de Janeiro, segundo o relator, as irregularidades
ocorreram com o deslocamento de Bolsonaro, no avião presidencial, para
participar de outro comício, paralelo ao evento cívico-militar, e pela
transferência inédita do desfile militar do centro da cidade para a orla da
praia de Copacabana, local que se caracterizou pela presença de apoiadores de
Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
Também votaram pelas condenações os ministros Floriano de
Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes.
Os ministros Raul Araújo e Nunes Marques votaram pela
rejeição das acusações.
Com Inf: EBC | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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