Comissão aprova política de indução à docência na educação básica
- 07/11/2023
A Comissão de Educação (CE) aprovou nesta terça-feira (7) um
projeto de lei que cria a Política Nacional de Indução à Docência na Educação
Básica. O PL 3.824/2023 foi apresentado pelo senador Flávio Arns (PSB-PR) e
obteve relatório da senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), com emenda
que substitui o texto original, prevendo que as ações relacionadas à
política sejam classificadas como prioritárias ou complementares. Após votação
em segundo turno, o texto seguirá para a Câmara dos Deputados.
A proposição tem como objetivo atrair estudantes de
graduação para serem professores em escolas públicas de educação básica
brasileiras. Entre os princípios da política está a melhoria da qualidade da
educação básica no país e a valorização de seus docentes. Já entre as medidas
para a implementação da política, segundo a matéria, estão:
Aprimoramento dos concursos e programas de recrutamento e
seleção de novos docentes;
Envolvimento dos graduandos em atividades de pesquisa e
extensão nas escolas de educação básica;
Desenvolvimento de campanhas públicas para a divulgação,
sobretudo em universidades, das características da carreira, benefícios
financeiros e intelectuais, perspectivas de desenvolvimento profissional, entre
outros;
Oferta de bolsas de estudos nos cursos de pedagogia e
licenciaturas, especialmente nas áreas em que houver falta de professores;
Incentivos para que os alunos participem de atividades em
escolas de educação básica localizadas em áreas rurais, regiões remotas ou com
desafios educacionais específicos.
Apagão
Arns justifica o projeto pelo que chamou de "apagão
docente", termo utilizado para a falta de profissionais da educação básica
devido aos baixos salários, falta de prestígio da atividade, envelhecimento dos
profissionais atuais e abandono precoce da carreira. O senador explica que,
além de aumentar a remuneração, a promoção da docência na educação básica como
uma carreira com foco em alunos com melhores desempenhos acadêmicos, incentivos
e recompensas intelectuais e profissionais também poderão atrair os estudantes.
“Entendemos ser possível e necessário aprimorar outras práticas dos sistemas de ensino quanto à atração e à valorização docente para além da remuneração. Isso porque, ainda que eventualmente sejam professores excelentes e bem pagos, se os alocarmos em sistemas ruins, o sistema muito provavelmente os vencerá”, argumenta Arns na justificação do projeto.
Para a Professora Dorinha, os principais motivos para a
baixa procura na profissão se encontram na formação, carreira e remuneração.
Para tanto, a relatora sugeriu, por meio de texto que substitui o original,
que as ações relacionadas à política instituída sejam classificadas como
prioritárias ou complementares, de forma a direcionar a ação do poder público
em sua implementação.
"Também procuramos dar prioridade às estratégias de formação que ocorram no sistema público, em tempo integral e na modelo presencial, de forma a qualificar ainda mais a implementação da política, bem como a ampliar o seu alcance social", destacou a senadora no seu relatório.
Com Inf: Agência Senado | Foto: Edilson Rodrigues/Agência
Senado
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