Bolsonaro afirma que Justiça vai analisar saques de ex-assessor do filho
- 09/12/2018
O presidente eleito, Jair
Bolsonaro (PSL), afirmou que o volume de saques feitos pelo policial militar
Fabiano Queiroz, ex-assessor de seu filho Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), é um
indício a ser analisado pela Justiça.
Bolsonaro evitou defender de
forma enfática o ex-assessor, de quem é amigo há 34 anos. Afirmou que a
detecção de movimentação atípica pelo Coaf não configura por si só uma
ilegalidade. Mas atribuiu ao policial militar a necessidade de se explicar.
"Eu espero que esse
processo, uma vez instaurado, ele se explique. Nada além disso", disse o
presidente eleito após formatura de oficiais na Escola Naval do Rio de Janeiro.
O Coaf apontou que Queiroz teve
uma movimentação financeira atípica de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e
janeiro de 2017. O alerta do órgão não se deve apenas ao volume, mas também à
forma com que os recursos transitam no sistema financeiro.
O policial militar realizou 176
saques de dinheiro vivo em sua conta em 2016, uma média de um a cada dois dias.
Os valores variam de R$ 100 a R$ 14 mil.
"São indícios que a Justiça
vai somar a outros possíveis indícios para analisar se ele é culpado ou
não", disse Bolsonaro, que afirmou não ter conversado com o ex-assessor de
Flávio Bolsonaro. "Eu não conversei com ele. Não seria prudente ele
conversar comigo."
O presidente eleito se preocupou
principalmente em explicar o depósito de um cheque de R$ 24 mil na conta de sua
mulher, Michelle Bolsonaro.
Ele declarou, como já havia
feito, que o valor se refere ao pagamento de uma dívida que se acumulou ao
longo dos anos. Foram, segundo ele, dez cheques de R$ 4.000, perfazendo um
total de R$ 40 mil.
A conta da futura primeira-dama
foi usada, de acordo com ele, porque ele não tem tempo de ir ao banco e
dificuldade de andar na rua.
"Só não foi na minha [conta]
por questão de mobilidade, eu ando atarefado o tempo todo para ir em banco.
Pode considerar [como sendo] na minha conta. [...] Deixei para a minha esposa.
Lamento o constrangimento que ela está passando. Ninguém dá dinheiro sujo em
cheque", disse ele.
Bolsonaro afirmou que não
declarou o empréstimo e o pagamento no imposto de renda à Receita Federal.
"Se eu errei, arco com as minhas responsabilidades perante ao Fisco, sem
problema nenhum", disse.
"Conheço o senhor Queiroz
desde 1984. Depois nos reencontramos, eu como deputado federal e ele sargento
da Polícia Militar. Somos paraquedistas. Continuou uma amizade. Em muitos
momentos estivemos juntos em festas, eventos, até porque me interessava ter uma
segurança policial ao meu lado. Com o tempo foi trabalhar com o meu
filho", disse, sobre o relacionamento com o policial militar.
Folhapress
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