Projeto que altera Código Penal Militar vai a sanção
- 24/08/2023
O Senado aprovou nesta terça-feira (22) o projeto de lei que
modifica o Código Penal Militar (CPM). Como o texto aprovado pelos deputados
federais em fevereiro de 2022 não foi alterado pelos senadores, a proposta
segue para sanção presidencial.
Entre as mudanças aprovadas, está a que determina que o
militar acusado de violência sexual, doméstica e familiar contra a mulher deve
ser julgado pela justiça comum desde que o crime não ocorra em lugar “sujeito à
administração militar”.
O novo CPM também retirado texto os chamados “excludentes de
ilicitude”, conjunto de definições extras para legítima defesa. Outra mudança é
a exclusão da previsão de pena para o militar que criticar publicamente
qualquer decisão do governo. Atualmente, isso pode dar de dois meses a um ano
de prisão.
O projeto também endurece a pena para militares condenados
por tráfico de drogas. Atualmente, as penas são de até cinco anos e o novo
texto aumenta para até 15 anos de prisão. Além disso, o militar que se
apresentar ao serviço sob efeito de substância entorpecente pode ser punido com
até cinco anos de reclusão, segundo o novo texto.
O projeto de lei ainda acaba com a figura do “criminoso
habitual”. O CPM atual permite a aplicação de pena por tempo indeterminado para
os condenados enquadrados nessa classificação.
O texto também revoga as normas que permitem equiparar
menores a maiores de idade. Além de militares menores de idade, alunos de
colégios militares a partir dos 17 anos de idade podiam ser punidos como se
fossem maiores de idade.
A proposta acrescentou ao Código Penal Militar os crimes já
considerados hediondos pela Lei 8.072 de 1990: homicídio qualificado, estupro,
latrocínio, extorsão qualificada pela morte, entre outros.
Atualização
O projeto foi proposto sob o argumento de se atualizar o
Código Penal Militar à Constituição e ao Código Penal comum. Isso porque o
Código Militar é de 1969 e pouco foi alterado desde então.
No Senado, o projeto foi relatado pelo senador Hamilton
Mourão (Republicanos-RS), que é general da reserva do Exército. Quando
apresentou o parecer em maio na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ),
Mourão defendeu que o texto se adequa ao que se pratica hoje no direito penal
comum e que ele evita “conteúdos controversos”.
“O projeto de lei em comento visa a atualizar o Código Penal
Militar, positivando inovações e conceitos para materializar postulados
constitucionais, amparando-se, para tanto, em dispositivos mais modernos da
legislação comum, no atual estágio evolutivo da sociedade e na jurisprudência
dos tribunais pátrios”, defendeu Mourão.
Com Inf: EBC | Foto: Marcello Casal Jr Agência Brasil
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