Pacheco anuncia comissão de juristas para atualizar Código Civil
- 18/08/2023
O Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou a criação
de uma comissão de juristas para apresentar um anteprojeto de atualização do
Código Civil (Lei 10.406, de 2002). O anúncio foi feito na quinta-feira (17)
durante evento da Academia Brasileira de Formação e Pesquisa, em São Paulo.
Segundo Pacheco, o ato para a instalação do grupo será assinado na sala da
Presidência do Senado, no dia 24 de agosto, às 16h, e os trabalhos terão como
líder o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luis Felipe Salomão.
O Código Civil foi sancionado em 10 de janeiro de 2002 e
entrou em vigência um ano depois, em 11 de janeiro de 2003, substituindo o
código anterior, de 1916.
Na avaliação do presidente do Senado, a atual legislação
precisa acompanhar as mudanças promovidas pelas transformações das relações
sociais, levando em consideração a dinâmica dos tempos atuais. Ele ainda
ressaltou que o Congresso Nacional está à altura desse debate e dará
importantes contribuições.
— O Código Civil tem a importantíssima tarefa de fixar o
quadro dentro do qual se desenrolam as relações que constituem a trama no
tecido social. Um Código Civil ótimo é aquele que garante isso e, ao mesmo
tempo, é capaz de adequar essa inevitável fluidez dessas relações. Precisa ser,
ao mesmo tempo, uma condição de possibilidade e um resultado dessas relações.
Parece paradoxal, mas se de fato é assim esse paradoxo é inevitável. O Código
Civil é como uma roupa que precisa crescer junto com o corpo que veste.
Novas relações
Para Pacheco, a atualização é necessária para oferecer maior
segurança jurídica a temas em que vez ou outra o Judiciário acaba tendo que
legislar. Ele citou como exemplo entendimentos do Supremo Tribunal Federal
(STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre o reconhecimento da união
homoafetiva como núcleo familiar. Na avaliação dele, o Legislativo não pode se
omitir na atualização de temas que interferem em diversos aspectos da vida do
cidadão.
— Essas alterações, na letra da lei ou nas sua
interpretação, especialmente essas que refletem a fluidez da percepção que tem
a sociedade sobre a instituição familiar são uma amostra de que há um esforço
para manter a atualidade do código apesar das críticas de que ele já teria
nascido velho.
Entre outros assuntos, o senador ainda defendeu que o grupo
de juristas inclua nas discussões matérias que já estão em tramitação no
Congresso Nacional como o PL 2.569/2021 que amplia as hipóteses de divórcio
consensual, o PLC 29/2017 que regula o setor de seguros privados e o PL
3.612/2021, que regula o teletrabalho.
Também fazem parte dessa lista destacada por Pacheco o Marco
Legal das Garantias de Empréstimos (PL 4.188/2021), o projeto que possibilita
testamentos digitais e a proposta que trata das fake news (PL
2.630/2020).
— Evidentemente que nós precisamos regular as redes sociais
no Brasil porque são fator de informação, são fator de entretenimento, são uma
opção de fatores positivos no Brasil, mas também tem um fator negativo que
precisa ser disciplinado e corrigido.
A indicação de nomes para formação do grupo ficará a cargo
do ministro Luis Felipe Salomão. Poderão fazer parte juristas, professores,
advogados, membros do Ministério Público, magistrados e até mesmo profissionais
extrajudiciais.
Fonte: Agência Senado|Foto: Jefferson Rudy
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