Concessionária diz ter doado R$ 3 milhões em caixa dois para Gleisi Hoffmann
- 01/12/2018
O Grupo CCR, responsável por
gerir trechos das rodovias BR-277 e BR-376 no Paraná, fechou um acordo de
delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e acusou ter
doado R$ 3 milhões via caixa dois para a campanha da então candidata a senadora
Gleisi Hoffmann (PT-PR), atual presidente do Partido dos Trabalhadores.
O relato da doação, que teria
ocorrido em 2010, foi feito pelo ex-presidente da CCR Renato do Valle, em
depoimento a promotors do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado. A denúncia, segundo informou o jornal Folha de S. Paulo nesta
sexta-feira (30/11), aponta ainda que Aloizio Mercadante (PT-SP), então
senador, teria pedido R$ 3 milhões e recebido R$ 1,7 milhão, também via caixa
dois.
A entrega do dinheiro, afirmou
Renato, teria sido feita por um intermediário e o pagamento, por conta do alto
valor, ocorreu em parcelas. Paulo Bernardo, ministro do Planejamento do governo
Lula à época do pedido e também marido de Gleisi, é quem teria solicitado a doação.
Ao todo, a empresa, a maior do
país em termos de concessões de rodovias, afirmou ter doado R$ 44 milhões para
caixa dois de políticos, em valores corrigidos. Ainda não se sabe todos os
nomes que fazem parte da lista de doações da empresa, mas não são apenas
políticos do PT que estão envolvidos. Outros nomes já divulgados, por exemplo,
são o do ex-governador e presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), o senador José
Serra (PSDB) e o ex-prefeito de São Paulo e atual ministro de Ciência e Tecnologia,
Gilberto Kassab (PSD).
"Este senhor mente!", diz senadora
Em nota encaminhada ao jornal Bem
Paraná no final da tarde desta sexta-feira (30/11), a senadora e deputada
federal eleita Gleisi Hoffmann se defendeu das acusações feitas pelo
ex-presidente da CCR. A parlamentar nega ter recebido o montante para qualquer
campanha e acusou Renato de mentir, dizendo ainda que "virou moda"
fazer delação sem provas e vazar para a imprensa, "principalmente contra o
PT."
"Este senhor mente! Não
recebi esse dinheiro para nenhuma campanha. Agora virou moda fazer delação
acusatória, sem provas, e vazar para a imprensa, principalmente contra o PT e
suas lideranças. Quero lembrar que já fui absolvida de um processo em que me
acusaram desta maneira. Neste caso, por ser absolutamente infundada e mentirosa
a acusação, sequer posso ser processada!", escreveu Gleisi na nota
encaminhada à redação.
Redação Bem Paraná com Folha de S. Paulo
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