Auxílio-aluguel para mulher vítima de violência vai a Plenário
- 09/08/2023
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nesta
terça-feira (8) projeto que prevê a concessão de auxílio-aluguel para mulheres
vítimas de violência doméstica. O PL 4.875/2020, da Câmara dos Deputados,
recebeu relatório favorável da senadora Margareth Buzetti (PSD-MT). O texto
segue para o Plenário do Senado.
O projeto altera a Lei Maria da Penha (Lei 11.340, de 2006).
O pagamento do auxílio-aluguel será concedido por um juiz e vale para mulheres
afastadas do lar em situação de vulnerabilidade social e econômica.
De acordo com o parecer da senadora Margareth Buzetti, o
auxílio será financiado por estados e municípios, com recursos originalmente
destinados à assistência social para pessoas em situação de vulnerabilidade
temporária. O projeto estabelece um prazo máximo de seis meses para o pagamento
do benefício.
Para Buzetti, a iniciativa reforça a proteção já prevista
pela Lei Maria da Penha às vítimas possibilitando que elas encontrem moradia e
guarida adequadas quando se depararem com situações de ameaça, hostilidade e
violência que tornem necessária a saída de seus lares.
— Do ponto de vista econômico, a proposição permite que o
auxílio-aluguel seja graduado em função da situação de vulnerabilidade social e
econômica da vítima. Assim, o benefício admite ajustes e focalizações capazes
de garantir que, em cada caso concreto, a proteção conferida à vítima seja, de
fato, eficaz e integral. Ademais, a redução dos efeitos nefastos e deletérios
dos atos de violência doméstica e familiar torna possível que as vítimas se recuperem
de forma mais rápida e plena, o que reverbera de modo positivo sobre a
sociedade como um todo e, em particular, sobre a esfera econômica — esclareceu
a relatora.
A senadora ainda destacou que o percentual de mulheres
agredidas pelo parceiro em algum momento de suas vidas variou entre 10% e 56%
nos países pesquisados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil,
segundo Buzetti, estima-se que cinco mulheres são espancadas a cada dois
minutos. Em mais de 80% dos casos reportados, o responsável é o marido,
namorado ou ex-parceiro, que também se aproveitam da dependência financeira da
vítima. Uma pesquisa do Instituto DataSenado identificou que a principal
violência contra as mulheres é física, depois vem a psicológica, a moral, a
patrimonial e a sexual.
Projetos adiados
Outros projetos previstos na pauta desta quarta-feira
tiveram a votação adiada. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) pediu vistas para
analisar melhor os PL 1.987/2023 e PL 2.342/2022, ambos relatados pelo
Senador Weverton (PDT-MA), que criam funções comissionadas no quadro de pessoal
do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) e do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ).
Também foi adiada a votação do PL 2.254/2022 que
aumenta a pena e tipifica novas formas de estelionato.
Com Inf: Agência Senado |Foto: Edilson Rodrigues
Ficou sabendo de algo? Envie sua notícia no WhatsApp Xeretando (45)99824-7874
0 Comentários