PEC da Reforma Tributária chega ao Senado
- 04/08/2023
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG),
recebeu nesta quinta-feira (3) do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur
Lira (PP-AL) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/201, que trata da
reforma tributária.
O texto foi aprovado em 7 de julho pelos deputados federais
e agora passará pela análise e votação dos senadores.
Pacheco informou que a PEC 45/2019 será enviada
imediatamente à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), único colegiado que
irá deliberar sobre o tema no Senado. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) é o
relator.
Segundo Pacheco, a aprovação da reforma tributária exige
urgência e responsabilidade, por ser aguardada há décadas pelo Brasil. “Vivemos
um momento em que temos buscado equilíbrio institucional, equilíbrio político,
que tem significado uma boa evolução da economia, com boas projeções em relação
à inflação, ao desenvolvimento econômico, à valorização da moeda, às nossas
reservas e ao crescimento do Produto Interno Bruto. [...] Mas a reforma
tributária é de fato a parte principal, estruturante do desenvolvimento
econômico nacional, porque vivemos uma realidade tributária muito complexa,
muito burocratizada e de difícil compreensão”, ressaltou Pacheco, ao lado de
Lira, deputados e senadores.
O deputado Arthur Lira destacou que os diversos segmentos da
sociedade foram ouvidos durante a discussão da reforma tributária na Câmara e
disse acreditar que o Senado fará o aprimoramento necessário ao texto. “[A
reforma] é fruto de muito diálogo com a sociedade civil, com a classe
produtora. A parte federativa não foi esquecida em nenhum momento. Este é o
mister principal do Senado Federal. Todos os governadores foram consultados e
puderam dar suas sugestões."
Lira ressaltou, porém, que a matéria é complexa e nem todo
mundo fica satisfeito, mas "tem uma espinha dorsal equivalente a um salto
de qualidade para um mundo diferente do que vivemos hoje”.
Após receber a reforma, o relator Eduardo Braga deve
apresentar parecer em um prazo de 15 dias úteis. A CCJ terá 30 dias úteis para
emitir parecer.
A perspectiva de Pacheco é promulgar a PEC ainda neste ano.
O texto precisa ser aprovado em dois turnos por, pelo menos, três quintos dos
senadores (49) para ser promulgado.
Mudanças
A primeira fase da reforma tributária tem o objetivo de
simplificar a tributação sobre o consumo e evitar cobrança cumulativa de
impostos.
A principal mudança será o fim de cinco tributos, três deles
federais – Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Estes serão substituídos
pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), a ser arrecadada pela União.
Dois impostos locais também serão extintos: o Imposto sobre
a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), administrado pelos estados; e o
Imposto sobre Serviços (ISS), arrecadado pelos municípios. Em troca, será
criado o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, dividido em duas partes. Uma
delas será o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que unificará o ICMS e o ISS.
A outra parte do IVA será a CBS.
As mudanças irão ainda impactar de maneira diferenciada
setores da economia e diversos produtos consumidos pelos brasileiros, como
cesta básica, remédios, combustíveis, serviços de internet em streaming
(transmissão de conteúdos em tempo real). Pela primeira vez na história, haverá
medidas que garantam a progressividade na tributação de alguns tipos de patrimônio,
como veículos, e na transmissão de heranças.
>> Entenda aqui o que muda com a reforma tributária.
Com Inf: AEN | Foto: Lula Marques
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