Senado vai recorrer da decisão do STF que limitou piso da enfermagem
- 03/08/2023
O presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) informou que
a Advocacia-Geral da Casa vai recorrer da decisão do Supremo Tribunal Federal
(STF) que limitou o pagamento do piso nacional da enfermagem. O STF condicionou
o pagamento do piso, no caso de enfermeiros celetistas que trabalham em
hospitais privados, a um acordo coletivo firmado entre patrões e trabalhadores.
Pacheco argumentou que “não é razoável” o Poder Judiciário revisar a lei
aprovada pelo parlamento por unanimidade.
“Foi uma opção de elevar essa categoria, sob ponto de vista
social, profissional, em função de tudo que nós vivemos no Brasil recente com a
pandemia: Certa ou errada, foi uma opção política desta Casa, de maneira
soberana. Esta opção é fundamental que seja respeitada”, afirmou Pacheco.
No final do primeiro semestre do Judiciário, o Supremo votou
pela constitucionalidade do piso nacional da enfermagem, que havia sido
suspenso por limitar no ministro Luís Roberto Barroso a pedido de entidades
patronais. Ao julgar o tema no plenário, venceu a tese de Barroso de que os
trabalhadores do setor privado devem negociar com o patrão para receber o
piso.
Os sindicatos da categoria reclamaram que a decisão do STF
ainda traz o risco de aumento de jornada de trabalho ao permitir que ela seja
definida em acordo coletivo. Outra crítica é que a decisão definiu que o
pagamento do piso é proporcional a carga de oito horas diárias e 44 semanais,
resultando em pagamentos abaixo do piso para as jornadas inferiores.
O Conselho Federal de Enfermagem (Confen) opinou que “os
ministros ignoraram a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização
Internacional do Trabalho (OIT), que recomendam a jornada de 30 horas,
vinculando a remuneração a uma carga horária de 44 horas semanais”.
Piso nacional
O novo piso para enfermeiros é de R$ 4.750, conforme
definido pela Lei nº 14.434. Técnicos de enfermagem recebem, no mínimo, 70%
desse valor (R$ 3.325) e auxiliares de enfermagem e parteiras, 50% (R$ 2.375).
Pela lei, o piso vale para trabalhadores dos setores público e privado.
Com Inf: EBC | Foto: Lula Marques
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