CAE debaterá auxílio aluguel para mulher vítima de violência doméstica
- 05/06/2023
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) promove audiência
pública interativa, na quarta-feira (14), a partir das 10h, para debater o
projeto de lei que prevê o pagamento de auxílio aluguel à mulher vítima de
violência doméstica. O PL 4.875/2020 tem como relatora a senadora Margareth
Buzetti (PSD-MT), que pediu a audiência.
O projeto altera a Lei Maria da Penha (Lei 11.340, de 2006),
tendo como objetivo proteger e amparar as vítimas em condição de
vulnerabilidade social e econômica. O valor do aluguel será definido pelo juiz,
com base na situação vivenciada pela vítima, e não poderá ser pago por período
superior a seis meses. O valor do auxílio, segundo a medida, será pago com
recursos do Sistema Único de Assistência Social (Suas).
A ativista dos direitos da mulher Maria da Penha Fernandes,
que inspirou a lei que leva seu nome, é uma das convidadas para o debate.
Também foram convidadas para participar da audiência pública
a ministra da Mulher, Cida Gonçalves; a primeira-dama do estado de Mato Grosso,
Virginia Mendes; a secretária de Assistência Social e Cidadania de Mato Grosso,
Grasielle Paes Silva Bugalho; e a presidente da Comissão Mista de Orçamento
(CMO) do Congresso Nacional, a senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB).
De acordo com Margareth Buzetti, existe no estado de Mato
Grosso o programa Ser Mulher, liderado pela primeira-dama, “que tem o objetivo
de reduzir as desigualdades sociais e promover a cidadania e a inclusão de
mulheres vítimas de violência doméstica". No programa, o estado auxilia as
vítimas de violência doméstica que estão sob medida protetiva com a
transferência de R$ 600 mensais para o custeio com moradia, explica a senadora.
Violência doméstica no Brasil
De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da
Cidadania, a cada minuto oito mulheres são vítimas de violência no Brasil.
Segundo o Atlas da Violência do Ipea de 2022, 43% das agressões contra a mulher
acontecem dentro de casa. A Lei Maria da Penha já prevê o afastamento legal da
mulher do seu agressor em caso de violência.
A lei ganhou o nome em homenagem à farmacêutica bioquímica
que ficou paraplégica devido a agressões sofridas em 1983 do então marido. O
episódio chegou formalmente ao conhecimento da Comissão Interamericana de
Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que condenou o
Brasil por não ter adotado providências necessárias para cessar a violência
contra Maria da Penha e punir seu agressor. A comissão instou o país a mudar
sua legislação e suas práticas relacionadas ao combate à violência contra a
mulher.
Hoje, a Lei Maria da Penha é considerada uma legislação de
referência em todo o mundo. Entre outros aspectos, a lei tipifica a violência
doméstica como uma das formas de violação aos direitos humanos e determina que
os crimes relacionados sejam julgados em varas especializadas, com competências
criminal e cível.
Apesar da legislação avançada, o Brasil continua exibindo
números assustadores no campo das relações de gênero. O Anuário Brasileiro de
Segurança Pública de 2022 apontou leve redução no número de feminicídios em
2021 na comparação com 2020. Mesmo assim, 1.341 mulheres foram assassinadas no
ano passado. Além disso, o documento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
apontou o crescimento de outras formas de violência contra a mulher, como a
psicológica.
O presidente da CAE é o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO).
A reunião será na sala 19 da Ala Alexandre Costa.
Como participar
O evento será interativo: os cidadãos podem enviar perguntas
e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou
pelo Portal e‑Cidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos
senadores e debatedores ao vivo. O Senado oferece uma declaração de participação, que
pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo. O Portal e‑Cidadania também recebe a
opinião dos cidadãos
sobre os projetos em tramitação no
Senado, além de sugestões para novas leis.
Com Inf: Agência Senado | Foto: Edilson Rodrigues/Agência
Senado
Ficou sabendo de algo? Envie sua notícia no WhatsApp Xeretando (45)99824-7874
0 Comentários