Senado aprova MP que reorganiza ministérios
- 02/06/2023
O Senado Federal aprovou, nesta quinta-feira (1º), por 51
votos contra 19, a Medida Provisória que reestrutura a Esplanada dos
Ministérios. Não houve alterações em relação ao texto aprovado na Câmara dos
Deputados.
O debate no plenário do Senado se deu em torno
principalmente do aumento do número de pastas da Esplanada de 23 para 37
ministérios ou órgãos com status de ministério.
A oposição criticou o aumento. Para o senador Izalci Lucas
(PSDB-DF), seria preciso reduzir o número de pastas.
“Não é quantidade de ministérios que traz competitividade,
que traz qualidade. Às vezes se você tem um número menor e tem políticas
eficientes, é muito melhor”, pontou o parlamentar. ”O que o Brasil precisa é de
políticas de estado, não de governo”, concluiu
A crítica foi rebatida pelo senador Cid Gomes (PDT-CE), para
quem é preciso separar os temas por ministérios para que a política seja melhor
executada.
“O que aconteceu no governo passado: juntaram sob o mesmo
ministério Planejamento, Fazenda, Indústria e Comércio, Previdência e Trabalho.
Cinco setores que são absolutamente distintos e muitas vezes conflitantes.
Para o parlamentar, a divisão por temas é fundamental para o
planejamento e execução de políticas públicas direcionadas.
Prazo
A MP chegou ao Senado no último dia antes de perder a
validade, após turbulências políticas na Câmara dos Deputados. Segundo o presidente
da Câmara, deputado Arthur Lira, a medida correu o risco de não ser
apreciada.
Já no Senado, o ambiente foi mais amigável ao governo. O
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, criticou a forma como o processo foi
conduzido pela Câmara.
Mudanças
Editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no
primeiro dia de governo, o texto aprovado hoje manteve as modificações feitas
na Comissão Mista, com retirada de atribuições dos ministérios do Meio
Ambiente, dos Povos Indígenas e do Desenvolvimento Agrário. A MP que
reestrutura os ministérios agora segue para sanção presidencial.
Entre as mudanças no Ministério do Meio Ambiente, foi
retirada da pasta a Agência Nacional de Águas (ANA), passando a supervisão do
órgão ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
Já o Cadastro Ambiental Rural (CAR), um cadastro eletrônico
obrigatório a todas as propriedades e posses rurais, é transferido para o
Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
O MMA também perdeu o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). Os três sistemas serão de responsabilidade do Ministério das Cidades.
O Ministério dos Povos Indígenas deixará de cuidar da
homologação de terras de povos originários, devolvida à pasta da Justiça e
Segurança Pública
Além disso, houve a redistribuição de atribuições da
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – que passou a ser vinculada ao
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) – para o Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), ao qual a companhia pertencia antes.
Pelo texto aprovado, o Mapa ficará responsável pela garantia
de preços mínimos, à exceção dos produtos da sociobiodiversidade, e as ações
sobre comercialização, abastecimento e armazenagem de produtos, bem como o
tratamento das informações relativas aos sistemas agrícolas e pecuários.
Com Inf: EBC | Foto: José Cruz/ Agência Brasil
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