Demanda mundial por soja vai dobrar até 2050, prevê Embrapa
- 21/11/2018
No meio deste século, o planeta
precisará de 700 milhões de toneladas de soja, o dobro da produção atual. O
Brasil, segundo maior produtor mundial da leguminosa, poderá aproveitar a
oportunidade desse mercado crescente se investir em pesquisa, infraestrutura e
política agrícola. Essas são algumas observações de uma nota técnica elaborada
por pesquisadores da Embrapa que delinearam os principais desafios para a
produção de soja, a mais importante cultura agrícola do País.
Segundo os especialistas, os
principais problemas a serem enfrentados são de ordem fitossanitária, como
ferrugem asiática, percevejos e nematoides que acometem a soja. Os desafios
também envolvem as plantas invasoras cada vez mais resistentes a herbicidas e o
manejo do solo, cuja degradação e perda de fertilidade provocam o encadeamento
de uma série de problemas agronômicos como surgimento de doenças e pragas.
O texto também destaca a
importância de se investir em tecnologias voltadas à tolerância à seca e à
eficiência hídrica. O aumento da frequência de extremos climáticos, com maior
intensidade e abrangência, tem imposto prejuízos consideráveis à soja. Entre
2004 e 2014, somente a Região Sul do Brasil registrou prejuízos de cerca de R$
27 bilhões por causa de eventos de seca. Em 37 safras brasileiras, entre
1976/1977 e 2013/2014, estima-se que o país somou US$ 79,6 bilhões em perdas
provocadas por seca.
O aumento de produtividade é
outro desafio importante. Nesse quesito, os cientistas ressaltam que o Brasil
já dispõe de tecnologia de cultivo que permite obter produtividade muito acima
da média atual de 3.394 kg/ha. O Cesb (Comitê Estratégico Soja Brasil)
registrou a produtividade de 8.944 kg/ha em uma propriedade no Paraná, volume
próximo ao obtido por outros sojicultores da região, mostrando que há espaço
para aumentar a produtividade. Para isso, os autores recomendam um esforço de
transferência de tecnologia em larga escala.
"Um dos aspectos principais
a considerar é a forma pela qual ocorrerá o aumento da produção, ou seja, com
maior ou menor expansão de área cultivada. Países que optarem por incentivar o
aumento da produtividade, consequentemente com menor demanda de expansão da
fronteira agrícola, melhorarão sensivelmente sua posição no mercado, consequentemente
sendo mais competitivo", preveem os pesquisadores.
Alerta Paraná|Foto: AENPR
Ficou sabendo de algo? Envie sua notícia no WhatsApp Xeretando (45)99824-7874
0 Comentários