Reino Unido anuncia investimento de R$ 500 milhões no Fundo Amazônia
- 05/05/2023
O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou
que o país investirá no Fundo Amazônia. O valor será de 80 milhões de libras,
cerca de R$ 500 milhões. O premiê afirmou que a entrada do Reino Unido no fundo
é um reconhecimento ao trabalho e à liderança do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva no tema da preservação ambiental.
Sunak e Lula reuniram-se, nesta sexta-feira (5), em Londres.
O presidente está na capital britânica para acompanhar a cerimônia de coroação
do rei Charles III, amanhã (6), na Abadia de Westminster.
De acordo com a Presidência da República, o Brasil é o quarto
país que mais recebe recursos do International Climate Finance (ICF), principal
programa britânico para financiamento de projetos na área ambiental, com
recursos de 260 milhões de libras, cerca de R$ 1,4 bilhão.
Em publicação nas redes sociais, o presidente escreveu que
foi “uma boa conversa” sobre as relações comerciais entre dois países, a
proteção do meio ambiente e a paz no mundo. No início do encontro, em conversa
aberta aos jornalistas, Lula reafirmou os compromissos do Brasil com a questão
climática e o combate ao desmatamento e disse que todos precisam cumprir os
acordos internacionais firmados no âmbito das Nações Unidas.
“Os países mais pobres precisam efetivamente receber ajuda
para manter a floresta em pé e o clima que a sociedade precisa”, disse sobre o
financiamento prometido por países ricos nas negociações internacionais.
Lula agradeceu ao premiê britânico pelo aporte ao Fundo
Amazônia e afirmou que este é o momento de “tentar restabelecer uma
normalidade” nas relações entre o Brasil e o Reino Unido. Para o presidente, há
“possibilidades enormes” de aumento das trocas comerciais entre os dois países.
No ano passado, o comércio bilateral movimentou US$ 6,5
bilhões, alta de 15% em comparação com 2021. As exportações brasileiras para os
britânicos somaram US$ 3,7 bilhões, porém representam menos de 2% do total das
vendas externas do país. As importações foram US$ 2,8 bilhões. O saldo é
favorável ao Brasil. As áreas com mais investimento do Reino Unido são
extração, financeira e transporte.
Ainda hoje, Lula participa de uma recepção no Palácio de
Buckingham. O evento é oferecido pelo rei e reunirá dezenas de chefes de Estado
convidados para coroação.
Fundo
O Fundo Amazônia investe em ações de combate ao desmatamento
e de promoção da sustentabilidade na região. Criado em 2008, o Fundo Amazônia é
gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pode
ser visto como uma espécie de crédito que outros países dão ao Brasil pelos
bons resultados de suas políticas ambientais.
O governo brasileiro tem autonomia para decidir sobre a
aplicação do dinheiro, mas depende das decisões de duas instâncias: Comitê
Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) e Comitê Técnico do Fundo Amazônia (CTFA).
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), os corpos de bombeiros militares (em seus
programas de proteção florestal) e órgãos ambientais estaduais estão entre as
instituições financiadas pelo fundo. Responsável pelo monitoramento ambiental
por satélites, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) também é
apoiado pelo fundo. Além disso, os governos dos estados podem ter projetos
aprovados. Por exemplo, entre 2011 e 2017, o governo amazonense recebeu R$ 17,5
milhões para reflorestamento no sul do estado, região sob intensa pressão de
desmatamento.
No fim de abril, os Estados Unidos anunciaram aporte de US$
500 milhões para o Fundo Amazônia em cinco anos
[https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-04/eua-anunciam-us-500-milhoes-para-fundo-amazonia-em-cinco-anos].
O financiamento, voltado para a proteção ambiental, ainda deve ser negociado
pelo presidente norte-americano, Joe Biden, com o Congresso do país.
Com Inf: EBC | Foto: Ricardo Stuckert/PR
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