Dino quer apuração sobre campanha do Google contra PL das Fake News
- 02/05/2023
Após relatos sobre uma campanha que estaria sendo promovida
por plataformas de busca na internet e de redes sociais contra o Projeto de Lei
da Fake News (PL 2630/20), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio
Dino, publicou nesta segunda-feira (1º), no Twitter, que a pasta irá apurar a
possível ocorrência de práticas abusivas pelas empresas.
Ao fazer o anúncio em sua conta oficial, o ministro compartilhou
uma publicação da organização de combate à desinformação Sleeping Giants
Brasil, segundo a qual a empresa Google estaria “usando a própria plataforma
para atacar a PL e, o Twitter deslogando a conta das pessoas para atrapalhar”.
Inquérito Administrativo
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) escreveu, no Twitter,
que irá pedir abertura de inquérito no Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade), "por possível infração contra a ordem econômica (Lei
12.529/12) por abuso de posição dominante". "Solicitarei ao Cade,
cautelarmente, a remoção do conteúdo, abstenção de reiteração de práticas
análogas e fixação de multa no valor máximo de 20% do faturamento bruto, além
do bloqueio cautelar nas contas bancárias do Google", acrescentou.
Votação
O PL das Fake News tem previsão de ser votado nesta
terça-feira (2) na Câmara, após os deputados terem aprovado na última
terça-feira (25) o regime de urgência para a matéria. Ainda resta dúvida,
contudo, sobre se há consenso entre líderes partidários para que a matéria seja
de fato chamada para votação.
O relator, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), também acusou
nesta segunda (1º) as grandes empresas de tecnologia de “ação suja” contra o
projeto que busca regulamentar as redes sociais no país. A declaração foi dada
a jornalistas em São Paulo, após tradicional ato das centrais sindicais pelo
Dia do Trabalhador, no Vale do Anhangabaú. “Nunca vi tanta sujeira em uma
disputa política. O Google, por exemplo, usa sua força majoritária no mercado
para ampliar o alcance das posições de quem é contra o projeto e diminuir de
quem é favorável ao projeto”, disse o deputado.
Em paralelo, um relatório publicado pelo NetLab, Laboratório
de Estudos de Internet e Mídias Sociais da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), aponta o que seria, por exemplo, um enviesamento dos resultados
de busca no Google para privilegiar conteúdos críticos ao projeto de lei.
“Reunimos evidências de que o Google vem apresentando
resultados de busca enviesados para usuários que pesquisam por termos
relacionados ao projeto de lei, insinuando que as buscas são por “PL da
Censura”, que é o nome usado pela oposição contra a regulamentação das
plataformas, e não pelo nome oficial “PL 2630” ou o nome usado pela imprensa
‘PL das Fake News’”, diz o estudo.
O relatório, disponível online, também aponta denúncia de
influenciadores e youtubers, que disseram ter recebido comunicados da
plataforma YouTube afirmando que teria menos recursos para monetizar canais em
caso de aprovação do PL das Fake News.
Nesta segunda-feira, o Google fixou em sua página oficial a
seguinte um link com a seguinte mensagem: “O PL das fake news pode aumentar a
confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil”. Ao clicar, o usuário é
remetido a um texto do diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas
do Google Brasil, Marcelo Lacerda, com críticas ao projeto.
A Agência Brasil tentou contato com o Google para obter um
posicionamento sobre as acusações, por e-mail de atendimento à imprensa e por
mensagens enviadas à assessoria da empresa, mas até o momento não houve
retorno.
Com Inf: EBC | Foto: Print da página principal do Google
Ficou sabendo de algo? Envie sua notícia no WhatsApp Xeretando (45)99824-7874
0 Comentários