Justiça proíbe que ex-presidente Alan García saia do Peru pelo caso Odebrecht
- 18/11/2018
A justiça peruana proibiu, neste
sábado (17), que o ex-presidente Alan García saia do país durante 18 meses,
depois que a procuradoria ampliou uma investigação por supostos subornos pagos
pela construtora brasileira Odebrecht.
"Disponha-se a medida de
impedimento de saída do país contra o investigado Alan García Pérez",
disse o juiz Juan Carlos Sánchez Balbuena, de um tribunal especial anticorrupção,
ao acolher um pedido do procurador José Domingo Pérez, em uma audiência à qual
o ex-presidente não compareceu.
O procurador Pérez, especializado
em delitos de corrupção, investiga supostas irregularidades na licitação para a
construção da linha 1 do metrô de Lima durante o segundo mandato de García
(2006-2011).
Pérez argumentou que García
tentou acelerar a licitação das obras do metrô, e que a proibição da saída do
país era necessária para garantir que ele compareça quando for chamado a
declarar, pois mora parte do tempo na Espanha.
O advogado de García, Erasmo
Reyna, não rebateu o pedido do procurador, mas alegou que seu cliente cooperou
com a justiça, foi um "bom governante", "sobretudo em seu
segundo governo" (o primeiro, em 1985-1990, terminou com hiperinflação), e
não podia conhecer todas as atividades da Odebrecht.
O Peru é um dos países mais
afetados pelo escândalo de corrupção da Odebrecht, que admitiu ter pago US$ 29
milhões em subornos ao longo de três governos peruanos, incluindo o segundo de
García.
O ex-presidente social-democrata,
investigado por este caso desde março de 2017, havia respondido desafiante na
quinta-feira o pedido da procuradoria, tachando os investigadores de
"imbecis".
Depois moderou o tom e expressou
que aceitava a proibição de saída do país, o que evitou que os debates na
audiência judicial se prolongassem excessivamente neste sábado.
García, de 69 anos, é investigado por suposta lavagem de dinheiro e conluio agravado em prejuízo do Estado peruano. Se for levado a julgamento, pode ser condenado a 11 anos de prisão.
G1
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