Comissão de Educação vai debater violência nas escolas
- 11/04/2023
A violência nas escolas será tema de pelo menos duas
audiências públicas na Comissão de Educação (CE). O colegiado aprovou nesta
terça-feira (11) um requerimento (REQ 32/2023 – CE) da senadora Teresa Leitão
(PT-PE) para ouvir pesquisadores e gestores, além de representantes dos
Ministérios da Educação, dos Direitos Humanos e da Cidadania, das Comunicações,
da Saúde e da Cultura. As datas das audiências ainda não foram marcadas.
O presidente da CE, senador Flávio Arns (PSB-R), anunciou
que a comissão deve realizar pelo menos dois encontros sobre o assunto. O tema
ganhou repercussão nacional após uma série de ataques a escolas no último mês.
Na semana passada, um homem invadiu uma creche na cidade de Blumenau (SC), matou
quatro crianças e feriu outras quatro.
— Uma violência descabida, extrema e doentia. Quero externar
solidariedade, amizade, carinho, respeito e orações para as famílias das
crianças e para toda a aquela comunidade escolar. O que estamos vendo é uma
violência descabida contra as escolas. Não é uma violência nas escolas, é
contra as escolas. A promoção da cultura da paz é essencial — destacou Arns.
Segundo o parlamentar, as audiências públicas devem servir
para a discussão do projeto de lei (PL) 2.256/2019, do senador Wellington
Fagundes (PL-MT), que estabelece diretrizes para garantir a segurança física e
mental dos membros da comunidade escolar. O texto foi aprovado em 2019 na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aguarda relatório do senador Astronauta
Marcos Pontes (PL-SP) na CE.
— Esse projeto tem uma importância grande no sentido da
prevenção de ocorrências que assistimos lamentavelmente no Brasil. É preciso
uma ação rápida e efetiva para que esses atos sejam coibidos — afirmou Pontes.
Durante a reunião desta terça-feira, senadores sugeriram a
presença de outros convidados nos debates. Entre eles, representantes da
Prefeitura de Blumenau e da Unidade Especial de Investigação de Crimes
Cibernéticos da Polícia Federal.
— É importante que não tratemos essa questão das escolas
como pontual. [Não é que] ocorreu aqui e não vai ocorrer ali. Essa questão é
orquestrada. Não são lobos solitários. Eles tramam isso durante um ano inteiro:
como se vestir, como fazer, quem é o mais corajoso, se vai se suicidar no
final, se vai se entregar a polícia. Essa coisa é coordenada via internet.
Precisamos investigar — justificou o senador Magno Malta (PL-ES).
No requerimento aprovado, a senadora Teresa Leitão também
sugere a participação de representantes da União Nacional dos Dirigentes
Municipais de Educação, do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de
Educação, do Fórum Nacional de Educação e do Fórum Nacional Popular de
Educação. O debate deve contar ainda com a presença de pesquisadores
responsáveis pelo relatório “O extremismo de direita entre adolescentes e
jovens no Brasil: ataques às escolas e alternativas para a ação governamental”.
Com Inf: Agência Senado | Foto: Geraldo Magela
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