Cida move ação para expulsar Richa da chapa. "Oportunismo", diz tucano
- 22/09/2018
A assessoria da governadora Cida
Borghetti (PP), candidata à reeleição, informou que o departamento jurídico da
"Coligação Paraná Decide" formalizou nesta sexta-feira (21) pedido ao
Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para expulsão do ex-governador Beto Richa
(PSDB), candidato ao Senado, da chapa, por infidelidade à coligação. De acordo
com a assessoria, o afastamento é justificado por "conexões diretas do
ex-governador com a candidatura de Ratinho Junior (PSD)" ao governo.
De acordo com o pedido entregue
ao TRE (veja a íntegra), o ex-governador, mesmo sendo presidente do Diretório
Estadual do PSDB, autorizou que seus principais deputados e membros de seu
grupo político participassem ativamente da campanha eleitoral de Ratinho
Junior, a exemplo do deputado estadual Ademar Traiano (PSDB), presidente da
Assebleia Legislativa, que participou da convenção do candidato (em 21 de
julho), e do deputado federal Valdir Rossoni, ex-chefe da Casa Civil, que
declarou apoio a Ratinho Junior. A assessoria de Cida enfatiza na nota que o
ex-secretário da Agricultura do governo Richa, Norberto Ortigara, é hoje
coordenador da campanha majoritária de Ratinho Júnior e o prefeito de
Guarapuava, Cesar Filho (PPS), é coordenador regional da campanha do candidato
e de Beto Richa.
A justificativa utilizada na ação
como mais uma tentativa de Cida de retirar Beto Richa da chapa não é novidade.
Todos os citados já tinham a postura destacada desde antes do período
eleitoral. Após a prisão de Richa na Operação Rádio Patrulha, do Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, no entanto, a campanha de Cida
tenta se afastar do tucano. Reforça, inclusive, a tese de que haveria um
“acordo branco” de Richa com a campanha de Ratinho Junior, cuja chapa
majoritária lançou apenas um candidato para a disputada das duas vagas ao
Senado, dando assim a oportunidade de Beto receber o segundo voto. Antes da
prisão de Richa, entratanto, os fatos citados não eram motivo para afastar o
colega de chapa.
Ao também argumentar que a
operação realizada pelo Gaeco "não corresponde aos princípios e propostas
defendidos pela chapa e por sua candidata ao governo, Cida Borghetti", a
coligação também destaca que os fatos investigados pelo Ministério Público
envolveram "o primeiro mandato do ex-governador Beto Richa". Cida
tornou-se vice de Richa na reeleição, em 2014.
No início desta semana a
coligação analisou e aprovou por maioria, o pedido de exclusão da candidatura
do ex-governador da chapa, mantendo apenas a candidatura de Alex Canziani (PTB)
ao Senado Federal.
"Oportunismo", diz Richa
Na manhã desta sexta-feira (21),
Richa disse em entrevista na rádio Jovem Pan que "não" houve um
rompimento com Cida. "Politicamente o senhor rompeu com a governadora Cida
Borghetti?", perguntou o jornalista.
"Não. Cada um faz sua campanha. Já está assim desde o começo. Cada um faz sua campanha, temos vários parceiros em todos os partidos. Eu, como disse, sempre tratei a todos com educação, nunca fiz politicagem, demagogia. Nunca fui oportunista. 'Essa cara tá mal, vou me afastar dele. Opa, aquele lá tá bem, tenho que me aproximar'. Eu já passei... A vida do político é cíclica. Acompanhei com meu pai. Quando pai estava no auge, todo mundo queria estar ao lado dele. Depois teve queda, voltou a subir. Eu já passei por esse ciclo diversas vezes na minha vida. Na vida pessoal, mas na política é pior ainda. O oportunismo de pessoas que querem se aproveitar do seu momento de glória, mas no momento da tristeza largam da sua mão e ainda tentam chutar a sua cabeça. Mas não tem problema, não", afirmou o ex-governador.
Bem Paraná
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