Proteína de soro de leite de Marechal Cândido Rondon é a maior da América Latina

  • 23/09/2021

A Sooro Renner, líder nacional na produção de proteínas derivadas do soro de leite, inaugurou nesta quarta-feira (22) uma nova planta industrial em Marechal Cândido Rondon, no Oeste paranaense. O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou do evento de lançamento do espaço, que teve investimentos privados na ordem de R$ 120 milhões para sua construção.

A planta é destinada à produção de permeado non caking, um tipo de proteína extraída do soro de leite que é utilizado como insumo para a indústria de alimentos. O novo espaço tem mais de oito mil metros quadrados de área, aumentando a capacidade de produção e estoque da empresa em mais de 100 toneladas por dia, chegando a 220 toneladas por dia. Com isso, a fábrica se solidifica como a maior planta em capacidade de produção para o permeado non caking na América Latina.

“O grande projeto social de um governo é a geração de empregos, dando uma oportunidade para a pessoa tocar sua vida, sustentar seus filhos e construir seu patrimônio. E o que o Paraná faz de melhor é produzir alimentos. Agora, queremos fazer com que esse alimento seja industrializado. Nessa nova fábrica é processada a proteína do leite – que é industrializar o produto. Isso gera emprego, renda, imposto e faz circular o dinheiro no nosso comércio”, afirmou o governador. 

Com a nova planta, foram gerados 30 empregos diretos e 150 indiretos. No total, a Sooro Renner tem cerca de 350 colaboradores no Paraná. 

SORO DE LEITE – A empresa foi criada em Marechal Cândido Rondon há 20 anos de forma pioneira no tratamento do soro de leite – um subproduto da fabricação de queijos que, no passado, era majoritariamente descartado. O permeado de soro é um dos derivados. Rico em lactose, é muito usado em achocolatados, sorvetes, na alimentação animal e outros alimentos. Já a característica de non caking garante que o produto não empedre quando entra em contato com umidade, agregando valor à indústria. 

O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou que o leite é um produto nobre e que, no Paraná, dezenas de milhares de pequenos produtores se dedicam a ele. “Normalmente as pessoas pensam no leite pronto para tomar, mas é um produto que permite inúmeros derivados. Mesmo após a extração da parte principal, que vira queijo e iogurte, sobra o soro. Essa empresa é especializada em recolher o soro, que é essencialmente água, gerando suplementos para enriquecer outros produtos”, explicou o secretário.

“Esse investimento ajuda o Paraná a alçar nossa cadeia leiteira a mais um ramo vencedor da agropecuária”, acrescentou.

O diretor-presidente da Sooro Renner, William da Silva, reforçou que, no início da empresa, o produto era descartado, apesar de altamente valioso. Ele destacou que o grupo recebe, hoje, cerca de 3,5 milhões de litros de soro por dia vindo da indústria de laticínios. Essa quantidade gera de R$ 16 milhões a R$ 18 milhões em receita por mês. 

“Transformamos o soro em novos produtos por meio de um processo que não é simplesmente uma secagem: abrimos o soro de leite por meio de tecnologias de membranas e geramos produtos ricos em lactose, em proteína, entre outros. E, com a nova fábrica, passamos a ser o maior da América do Sul, decorrente desse longo processo de investimentos na área”, ressaltou o diretor-presidente.

NOVA PLANTA – Para a produção do permeado non caking, o empreendimento foi equipado com evaporadores, cristalizadores, spray dryer, sistema robótico de envase e paletização e docas de carregamentos para dar escoamento aos novos volumes de produção. 

Outros R$ 25 milhões também foram investidos na modernização da torre de secagem, na instalação de um novo sistema de membranas de ultrafiltração em um novo evaporador. A empresa ainda aporta R$ 12 milhões na instalação de uma terceira caldeira, que vai ampliar a capacidade de produção dos subprodutos a vapor.

SUSTENTABILIDADE – Junto da instalação das novas plantas, a Sooro Renner também mantém um plano de mitigação de riscos ambientais para a região. Atualmente, mais de R$ 15 milhões estão sendo investidos em uma nova estação de tratamento de efluentes e sistemas de polimento de água extraída do próprio soro, etapa que faz parte do processo da produção. O sistema vai ampliar a capacidade de reutilização de água da planta de Marechal Cândido Rondon de 40% para 85%.

O prefeito do município, Marcio Rauber, ressaltou a importância do projeto de sustentabilidade, especialmente durante a crise hídrica vivida pelo Estado. “Atualmente, essa empresa se propõe a buscar água a 35 quilômetros daqui para que as caldeiras não parem de funcionar. Esta empresa tem um belo projeto responsável de captação de água, que vai auxiliar a manter as reservas do município”, destacou Rauber.

AEN - Foto:  Gilson Abreu/AEN

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