Chicago chega ao fim de agosto com 8% de queda nos contratos da soja; confira as cotações dos grãos
- 03/09/2018
Os preços da soja subiram nas principais praças do Brasil em
agosto, mesmo com a forte queda dos contratos futuros em Chicago. A sustentação
dos referenciais internos foi garantida pela valorização do dólar frente ao
real e pela firmeza nos prêmios de exportação.
Em termos de negócios, não houve uniformidade na
comercialização. Bem capitalizados, os produtores seguraram a oferta e
aproveitaram os melhores momentos. Com isso, houve negócios, mas pontuais e,
geralmente, não envolveram grandes volumes.
A elevação dos preços domésticos acompanhou a valorização de
10,4% no dólar comercial, que subiu de R$ 3,755 para R$ 4,145. A moeda
americana avançou devido a dois fatores, basicamente: as especulações
eleitorais no Brasil e o desempenho positivo do dólar frente aos países
emergentes.
A indefinição na guerra comercial entre China e Estados
Unidos assegurou uma demanda aquecida pela soja brasileira durante boa parte do
mês. Com isso, os prêmios de exportação seguiram firmes, encerrando o mês em
210 a 220 pontos acima de Chicago para outubro, em Paranaguá.
Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de
Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a sexta-feira com preços mais altos. Na
última sessão do mês, um movimento de recuperação técnica e posicionamento de
carteiras garantiu a elevação. Na semana, a perda foi de 1,34% e no mês de
8,08%.
As cotações internacionais foram pressionadas por uma série
de fatores. A principal dela é a quase confirmação de uma safra recorde nos
Estados Unidos, projetada em mais de 125 milhões de toneladas pelo Departamento
de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e estimada em 127 milhões pela
Associação dos Produtores Americanos (Pro Farmer), após a sua tradicional crop
tour.
A falta de acordo comercial entre Estados Unidos e China e o
alastramento da peste suína na China completaram o quadro negativo. Além de uma
grande oferta, o mercado mundial trabalha com sinais de queda na demanda, o que
pesa sobre Chicago neste momento.
O impacto deste cenário foi limitado pela péssima
performance do mercado futuro de Chicago, que atingiu os menores níveis à
vistaem 10 anos. Os contratos com vencimento em dezembro recuaram 9,8% no
período, caindo de US$ 9,08 para US$
8,19 por bushel.
SOJA NO MERCADO FÍSICO – SACA DE 60 KG
- Passo Fundo (RS): R$ 86
- Cascavel (PR): R$ 85
- Rondonópolis (MT): R$ 79,50
- Dourados (MS): R$ 80
- Porto de Paranaguá (PR): R$ 91,50
- Porto de Rio Grande (RS): R$ 92
- Porto de Santos (SP): R$ 91
- Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 90
SOJA NA BOLSA DE CHICAGO (CBOT) – BUSHEL
- Setembro/2018: US$ 8,19 (-3,75 cents)
- Novembro/2018: US$ 8,31 (- 4,50 cents)
MILHO
O mercado brasileiro de milho fechou a semana com cotações
firmes. Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias,
os consumidores de menor porte ainda encontram dificuldade na composição de
seus estoques.
“As empresas de maior consumo realizaram negócios a preços
mais altos nos últimos dias, aliviando a pressão sobre os estoques. Os
produtores seguem optando pela retenção, avaliando o cenário de intensa
volatilidade cambial em meio à incerteza política e econômica que envolve o país
neste momento”, diz Iglesias.
Chicago
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou
com preços acentuadamente mais altos. O mercado buscou suporte nos sinais de
fortalecimento para a demanda por milho norte-americano. Graças aos ganhos de
hoje, o contrato setembro fechou a semana com alta de 0,72%. No mês de agosto,
a posição acumulou queda de 5,71%.
Os exportadores privados norte-americanos reportaram ao
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a venda de 273.800
toneladas de milho a destinos não revelados. O produto será entregue na
temporada 2018/19. Toda operação envolvendo a venda de volume igual ou superior
a 100 mil toneladas do grão, feita para o mesmo destino e no mesmo dia tem que
ser reportada ao USDA.
Os contratos de milho com entrega em setembro fecharam a US$
3,51, ganho de 10,00 centavos de dólar, ou +2,93%, em relação ao fechamento
anterior. A posição dezembro de 2018 fechou a US$ 3,65 por bushel, alta de 8,50
centavos de dólar, ou +2,38%, em relação ao fechamento anterior.
MILHO NO MERCADO FÍSICO – SACA DE 60 KG
- Rio Grande do Sul: R$ 45
- Paraná: R$ 37,50
- Campinas (SP): R$ 43
- Mato Grosso: R$ 27
- Porto de Santos (SP): R$ 42,50
- Porto de Paranaguá (PR): R$ 41,50
- São Francisco do Sul (SC): R$ 41,50
- Veja o preço do milho em outras regiões
- MILHO NA BOLSA DE CHICAGO (CBOT) – BUSHEL
- Setembro/2018: US$ 3,41 (+10 cent)
- Novembro/2018: US$ 3,56 (+8,50 cent)
CAFÉ
As quedas nas bolsas de Nova York e Londres e o recuo do
dólar pressionaram o mercado interno e travaram a comercialização na sexta.
Nova York
Os preços do café arábica ficaram mais baixos no fechamento
da Bolsa de Nova York. O mercado foi pressionado mais uma vez pelas indicações
de ampla oferta global, com a colheita de uma safra recorde no Brasil sendo
confirmada e estando próxima do final. Além disso, outras origens adiante vêm
com grandes safras, como Vietnã, Colômbia e Indonésia, trazendo ainda maior
tranquilidade para os consumidores.
Fatores técnicos contribuíram para as perdas, mas o contrato
dezembro seguiu sustentando-se acima da importante linha de US$ 1,00 por
libra-peso. No balanço da semana, esse contrato acumulou uma queda de 2,8%. No mês,
a desvalorização é de 10%.
Londres
A Bolsa de Londres para o café robusta encerrou as operações
com preços mais baixos. Segundo traders, o mercado foi pressionado por fatores
técnicos e acompanhou as perdas do petróleo e o desempenho fraco do arábica em
Nova York,
No balanço da semana, o contrato novembro acumulou uma queda
de 2,6%. Já o mês de agosto fechou com o contrato novembro acumulando
desvalorização de 8,3%.
CAFÉ NO MERCADO FÍSICO – SACA DE 60 KG
- Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 420 a R$ 425
- Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 425 a 430
- Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 350 a R$ 355
- Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 318 a R$ 323
CAFÉ ARÁBICA NA BOLSA DE NOVA YORK (ICE FUTURES US) –
LIBRA-PESO
- Setembro/2018: US$ 98,95 (-0,85 cent)
- Dezembro/2018:US$ 102,65 (-0,85 cent)
CAFÉ ROBUSTA NA BOLSA INTERNACIONAL DE FINANÇAS E FUTUROS DE
LONDRES (LIFFE) – TONELADA
- Setembro/2018: 1.606 (-US$ 23)
- Novembro/2018: 1.522 (-US$ 21)
DÓLAR E IBOVESPA
A cotação da moeda norte-americana fechou agosto valorizada
em 8,45% com relação ao real. O dólar acumula no ano uma alta de 22,86%. No
pregão da sexta, a moeda acabou cotada da R$ 4,072 para venda, com queda de
1,78% depois de atingir, nos dias anteriores, o segundo maior patamar do Plano
Real, cotada a quase R$ 4,15.
O Banco Central voltou a intervir hoje no mercado, como
prometido, realizando um swap cambial de linha (venda futura da moeda
norte-americana com garantia de recompra) no valor de US$ 1,5 bilhão.
Segundo a Safras & Mercado, a queda também foi influenciada
por notícias divulgadas ao longo da tarde dadas como positivas pelo mercado. A
principal delas foi a inclusão do processo referente ao registro de candidatura
do ex-presidente Lula na pauta da sessão extraordinária do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE).
O índice Ibovespa de São Paulo encerrou o dia com alta de 0,36%, aos 76.677,53 pontos, com R$ 11,23 milhões em volume negociados.
Canal Rural
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