Petrobras anuncia reajuste de 13% no preço do diesel nas refinarias
- 31/08/2018
Petrobras anunciou nesta
sexta-feira (31) reajuste de 13% no preço médio do diesel praticado pela
estatal nas refinarias. O preço do litro subirá de R$ 2,0316 para R$ 2,2964.
Os novos preços entram em vigor
já nesta sexta-feira e devem acabar impactando no valor pago pelos consumidores
nas bombas. O repasse do reajuste para o preço final, entretanto, vai depender
dos postos.
Em nota, a Petrobras informou que
o valor "reflete a média aritmética dos preços do diesel rodoviário, sem
tributos, praticados pela Petrobras em suas refinarias e terminais no
território brasileiro".
Apesar do reajuste, o novo preço
do diesel nas refinarias ainda continuará abaixo do que era praticado antes da
greve dos caminhoneiros. A máxima do período de reajustes diários da Petrobras
foi registrada no dia 22 de maio, quando o diesel chegou a R$ 2,3716 nas
refinarias.
A Petrobras também anunciou nesta
sexta-feira um aumento de 1,54% nos preços da gasolina nas refinarias, para R$
2,1704 o litro, válido a partir deste sábado (1). Com o aumento, o novo valor
atingirá uma máxima dentro da política de reajustes diários, iniciada há mais
de um ano. Diferença deve ser paga pelo consumidor.
Congelamento
O preço do diesel estava
congelado desde 1º junho e o reajuste acontece após a Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicar os novos preços de
referência para comercialização do diesel, com alta de até 14,4% dependendo da
região do país.
O congelamento do preço de
referência do diesel foi parte decisiva da negociação do governo federal para
pôr fim à greve dos caminhoneiros. Para não causar prejuízos às refinarias e
distribuidoras, o governo garantiu subsidiar em até R$ 0,30 por litro do
combustível até o dia 31 de dezembro deste ano.
Veja o histórico do preço do
diesel cobrado pela Petrobras nas refinarias
Valor foi congelado em junho,
após a greve dos caminhoneiros, e voltou a subir em agosto.
O novo preço de referência do
diesel publicado pela ANP nesta sexta refletem, segundo a agência, "os
aumentos dos preços internacionais do diesel e do câmbio no último mês".
Os novos preços já levam em conta a subtração de R$ 0,30 por litro (patamar de
subsídio estabelecido pelo governo).
Os novos preços de referência da
ANP valerão por 30 dias. O governo prevê gastar R$ 9,58 bilhões até o final do
ano com o subsídio ao diesel.
Segundo a Petrobras, o novo
período do programa prevê o ajuste nos preços médios regionais e mantém a
condição de pagamento da subvenção à comprovação de que os preços praticados
pelas empresas habilitadas sejam inferiores aos preços de comercialização
definidos pela ANP para as cinco regiões (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte sem
Tocantins e Nordeste com Tocantins).
Diferença deve ser paga pelo consumidor
O novo preço do diesel leva em
conta sobretudo a alta do preço do barril do petróleo e do dólar, e deve voltar
a pesar no bolso dos consumidores, segundo especialistas do mercado.
Como o dólar foi a R$ 4, o preço
do diesel subiu muito no mercado. Então, aqueles 30 centavos não estão sendo
suficiente para cobrir os custos das distribuidoras", afirma o
sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires.
A mudança na fórmula de cálculo
do preço de referência do diesel partiu de uma cobrança das distribuidoras.
Porém, a nova metodologia não atenderá às expectativas, segundo adiantou o
presidente da Plural, Leonardo Gadotti.
Segundo o executivo, o pedido
para mudança do cálculo partiu "basicamente daquelas [distribuidoras] que
importam o produto". O Brasil produz 70% do diesel que consome, e os
outros 30% são importados.
"As distribuidoras pediam
que a fórmula considerasse os custos de transferência do produto dos portos até
a região de comercialização. Sob esse aspecto, o pedido foi atendido. O
problema que surgiu é que se estabeleceu na fórmula um custo menor de logística
e excluiu a margem de remuneração das importadoras. Assim, voltou à estaca
zero. A fórmula existe, mas não incentiva ninguém a buscar o produto lá
fora", ressaltou Gadotti.
G1
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