Palmeiras joga ‘mais de 90 minutos’ com 10, mas avança na Libertadores
- 31/08/2018
O Palmeiras está nas quartas de
final da Copa Libertadores da América pela primeira vez desde 2009. Nesta
quarta-feira, o Verdão jogou mais de 90 minutos com um a menos, mas teve um
espetáculo de mais de 33 mil pessoas no Allianz Parque e mesmo com a derrota
para o Cerro Porteño-PAR por 1 a 0, conquistou sua classificação graças ao
resultado obtido em Assunção.
A chegada dos palmeirenses ao
Allianz Parque teve clima de otimismo, e para alguns, até certa tranquilidade
devido ao 2 a 0 imposto pelo Palestra aos paraguaios em Assunção. Bastou três
minutos, porém, para a calmaria se tornar preocupação e o verdadeiro clima de
Libertadores aparecer.
Felipe Melo estava ‘limpo na
jogada’, fez passe para frente, mas na sequência trombou com Victor Cáceres e
acertou a sola da chuteira no adversário. Em um primeiro momento, a arbitragem
deu apenas cartão amarelo ao camisa 30, mas ao ver o ferimento na perna do
paraguaio, mostrou o cartão vermelho para o palmeirense.
Foi a segunda vez na temporada
que o Alviverde teve um atleta expulso após o árbitro ver o resultado lesivo de
um lance faltoso no adversário. Pelo Campeonato Paulista, em Itaquera, Jailson
recebeu cartão vermelho após Raphael Claus analisar a perna do corintiano.
Mesmo com um a menos em campo
nesta quinta-feira, o Palmeiras jogou melhor que seu oponente no primeiro
tempo. Felipão recuou Moisés para jogar ao lado de Bruno Henrique, e se
fechando bem com duas linhas de quatro e apenas Borja à frente, o Maior Campeão
do Brasil criou boas oportunidades de abrir o placar em jogadas de
contra-ataque.
Aos 26 minutos, Diogo Barbosa
roubou a bola, avançou pelo meio e deixou Willian livre para finalizar pela
esquerda, mas o atacante preferiu o passe e desperdiçou a oportunidade clara de
gol. Pouco depois, foi Borja quem puxou contra-golpe, driblou a marcação e
tocou para Bigode, que desta vez finalizou para boa defesa de Antony Silva.
Antes do intervalo, o Cerro
Porteño desperdiçou duas boas chegadas ao ataque, com Victor Caceres, que
chutou cruzamento para fora, e Churín, que em novo levantamento, cabeceou nas
mãos de Weverton.
Mesmo com um homem a menos, a
etapa inicial serviu para exaltar duas características da equipe de Felipão: a
união e a experiência. Deyverson orientou Diogo Barbosa, Fernando Prass falou
com a zaga e todo o banco de reservas pressionou a arbitragem. E se utilizando
da história de Scolari, o Verdão mostrou que pode ser catimbeiro nesta
Libertadores para parar o jogo como puder sempre que necessário.
VERDÃO SOFRE, MAS TORCIDA DÁ ESPETÁCULO E PALMEIRAS AVANÇA
Na volta do intervalo, o Cerro se
mostrou disposto a arriscar e Fernando Jubero colocou o atacante Nelson Valdez
na vaga do volante Victor Cáceres. Mas antes que qualquer alteração pudesse ser
notada, o estádio ficou em silêncio após choque de cabeça de Borja com Rodrigo
Rojas, que precisou ser retirado da Arena de ambulância, com o rosto sangrando
e aplaudido pelos torcedores. Novick entrou na equipe visitante.
Com o retorno do duelo, foi o
Alviverde que teve a primeira oportunidade de gol da etapa final, aos dez
minutos. Dudu cobrou falta na área, Edu Dracena desviou, e Borja por muito
pouco não mandou para as redes. No ataque seguinte, porém, o Palestra foi
punido.
Arzamendia tentou cruzamento para
a área e mandou a bola na direção do gol. Weverton, posicionado no meio da área
para tentar interceptar um levantamento, não conseguiu alcançar e a bola entrou
rente ao primeiro poste. Foi o primeiro gol sofrido pelo Palmeiras desde 25 de
julho, em derrota para o Fluminense, no Maracanã, dez jogos atrás.
Atrás no placar, o Palmeiras se
fechou completamente em campo e Felipão colocou o marcador Thiago Santos na
vaga de Borja. Willian passou a ser o centroavante, mas a vibração da torcida
do Palmeiras, impressionante nesta noite, não vinha dos avanços da equipe no
ataque, mas de cada bote dado por seu camisa 5, que corria por todo o gramado
perseguindo os adversários.
O restante da partida foi uma
sintonia dos 33 mil palmeirenses nas arquibancadas com os 10 (que ainda viraram
nove após expulsão de Deyverson no final) em campo. A cada chutão para frente,
cada bote, cada queda provocada pela catimba palestrina, a casa alviverde se
inflamava mais. E assim, até os 56 minutos do segundo tempo, o Cerro Porteño,
martelou a defesa brasileira, mas não foi capaz de vencer os mais de 15 milhões
que assopraram as bolas para fora e vibraram como não faziam há nove anos ao
apito final.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 0 X 1 CERRO PORTEÑO
Data: 30 de agosto de 2018,
quinta-feira
Local: Allianz Parque, em São
Paulo-SP
Horário: 21h45 (de Brasília)
Árbitro: German Delfino (ARG)
Assistentes: Hernan Maidana (ARG)
e Gabriel Chade (ARG)
Público: 33.204 torcedores
Renda: R$ 2.913.369,38
Cartões amarelos: Edu Dracena
(PALMEIRAS); Churín, Ecobar, Novick, Jorge Rojas, Palau (CERRO PORTEÑO)
Cartão vermelho: Felipe Melo e
Deyverson (PALMEIRAS); Marcos Cáceres (CERRO PORTEÑO)
GOL
CERRO PORTEÑO: Arzamendia, aos 11
minutos do segundo tempo
PALMEIRAS: Weverton; Mayke,
Antônio Carlos, Edu Dracena e Diogo Barbosa; Felipe Melo, Bruno Henrique e Moisés
(Jean); Willian (Deyverson), Dudu e Borja (Thiago Santos)
Técnico: Luiz Felipe Scolari
CERRO PORTEÑO: Silva; Raúl
Cáceres, Marcos Cáceres, Escobar e Arzamendia; Victor Cáceres (Nelson Haedo
Valdez), Palau e Rodrigo Rojas (Novick); Óscar Ruíz, Churin e Jorge Rojas
(Jorge Benítez)
Técnico: Fernando Jubero
Gazeta Esportiva
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