Pandemia faz crescer o consumo de bebida alcoólica no Brasil

  • 06/04/2021

O consumo de bebida alcoólica aumentou durante a pandemia. O isolamento social forçado e as festas restritas não impediram que muita gente levasse o bar para dentro de casa. O crescimento nas vendas começou logo após a confirmação dos primeiros casos de Covid-19 no Brasil. Segundo a plataforma Compre & Confie, entre 24 de fevereiro e 3 de maio de 2020, o “boom” foi de 93,9% em comparação ao mesmo período de 2019.

Mesmo com muitos bares fechados, o mercado de drinques continuou em alta no ano passado. Pesquisa da Fiocruz, Unicamp e UFMG revelou aumento de 17,6% no consumo de bebidas alcoólicas, justificado principalmente pelo aumento do estresse e pela sensação momentânea de relaxamento. Nos primeiros meses da pandemia, as redes de supermercado mantiveram incremento médio de 27% na venda de produtos alcoólicos.

O fenômeno se repetiu em outros países. Um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Saúde Pública Global da Universidade de Nova Iorque apontou que, dos quase 6 mil entrevistados, 29% relataram aumento no uso de álcool durante a pandemia. Outra pesquisa conduzida pela Rand Corporation aponta crescimento de 14% no consumo de álcool entre adultos com mais de 30 anos nos Estados Unidos.

Para a Organização Mundial da Saúde, os números são preocupantes, agravados no Brasil pelo fato de o abuso de álcool ser considerado o principal responsável pela morte de jovens entre 15 e 19 anos, seja em acidentes ou por paradas cardíacas. Segundo o IBGE, outro dado alarmante: cerca de 1,5 milhão de adolescentes de 13 e 14 anos já experimentaram bebida alcóolica.

Ajuda profissional

A qualquer sinal de que o consumo de álcool tenha se tornado recorrente – ou ainda exista a suspeita do uso de drogas ilícitas, o professor Perci Klein recomenda que a família busque ajuda profissional. “O abuso de álcool e drogas pode ter inúmeras causas e fatores relacionados, muitas vezes difíceis de compreender. Por isso, é importante contar com suporte especializado, tanto para o dependente quanto para os familiares, que também sofrem com a situação”, explica.

Seja qual for o caso, continua o psicólogo, diálogo, afeto e compreensão serão sempre essenciais ao longo de todo o tratamento. “O alcoolismo já traz sofrimentos suficientes a todos os envolvidos e o dependente não deve sofrer com mais preconceito ou mesmo com a vergonha da família. O apoio nos momentos de altos e baixos, nas recaídas e nas fases difíceis é muito importante.”

Com inf, Mem $ Mem Comunicação | Foto: Reprodução.

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