Itaipu tem pior trimestre na produção de energia desde apagão de 2001

  • 21/08/2018

Os últimos três meses, a Usina de Itaipu, que fica em Foz do Iguaçu, registrou a menor produção de energia desde a época do apagão de 2001. A queda se deve à estiagem, que diminuiu o nível de água nos reservatórios, segundo gerente de Programação de Sistema, Rafael Favoreto.

“Isso só está sendo um pouco melhor do que na época do racionamento. Desde que o Lago de Itaipu foi formado a gente não tem uma sequência de 90 dias tão ruim quanto nesses últimos dias”, explicou Favoreto.

A seca também foi responsável pelo pior mês em produção de energia dos últimos oito anos.

Os mexilhões aquáticos grudados em pedras comprovam que o nível do lago de Itaipu – que tem 1.350 metros quadrados de área e é o sétimo maior do Brasil – já esteve bem mais alto. São os efeitos de meses com quase nenhuma chuva significativa na região da bacia do Rio Paraná.

Em Santa Terezinha de Itaipu, também no oeste do estado, com o recuo das águas, uma grande limpeza foi feita e muito lixo foi retirado das margens da praia.

Nesta segunda-feira (20), no início do Lago, em Guaíra, o volume de água era de 9.831 metros cúbicos por segundo. A média é de 11 mil metros cúbicos por segundo.

Os dados do volume de água total também mostram a baixa. O nível acima da usina está em 218,5 metros. Enquanto o valor mais comum é acima de 220 metros.

Ainda de acordo com a usina, a cota mínima utilizada foi de 215,35 metros, em 2001, quando precisou operar em carga máxima para atender o setor elétrico brasileiro.

Apesar da baixa em água e produção, os bons resultados do começo do ano devem segurar a média anual de produção de energia.

“A gente teve os três melhores meses de produção e os três melhores meses, agora, desse índice de energia por produção. Então, estamos fazendo melhor essa parte de produção”, detalha o gerente.

A produção acumulada de Itaipu em 2018, até a tarde desta segunda-feira (20), foi de 61.369.041 megawatts-hora (MWh) – 2,1% acima do produzido no mesmo período do ano passado.

A usina está preparada para operar em níveis bem mais baixos. O reservatório tem como cota máxima de operação 220 metros acima do nível do mar e mínima de 197 metros, ou seja, uma faixa de operação 23 metros.

Nesta segunda-feira voltou a chover em Foz, e a previsão é de que o nível pare de baixar.

“A gente está dois metros abaixo do máximo e a gente já esteve dois metros e meio abaixo disso. E a usina foi projetada para trabalhar com 20 metros abaixo da cota que ela está hoje. Então ela tem uma folga muito grande, em termos técnicos da produção de energia”, afirmou Favoreto.

G1

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