Assembleia descarta retomar sessões presenciais agora
- 14/05/2020
Pressionada por deputados que reclamam das restrições ao debate nas sessões remotas adotadas desde 23 de março por causa do coronavírus, a direção da Assembleia Legislativa descartou, nesta quarta-feira (13), o retorno das votações presenciais na Casa enquanto durar a pandemia. Comandando os trabalhos ontem na ausência do presidente Ademar Traiano (PSDB), o primeiro-secretário do parlamento estadual, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB), afirmou que não há previsão para retomada das discussões no plenário, e apontou dificuldades técnicas para o retorno dos trabalhos das comissões permanentes.
Desde o início da semana, deputados têm se queixado do sistema de votação remoto, e de medidas como a redução do espaço para pronunciamentos, além das suspensões das reuniões das comissões. As críticas aumentaram depois que, na última terça-feira, um requerimento do deputado Homero Marchese (PROS) pedindo o adiamento da votação de um projeto que prevê o pagamento de gratificações a integrantes do Tribunal de Justiça que atuam em cursos foi rejeitado após um voto de desempate de Traiano – apesar de dois parlamentares: Professor Lemos (PT) e Rodrigo Estacho (PV), não conseguirem registrar seus votos favoráveis ao pedido. Os deputados criticam ainda o fato de que projetos do governo têm sido votados em sessões extraordinárias, sem a possibilidade de pedido de vistas, sem passar pelas comissões e sem a possibilidade de participação do público, já que apenas os parlamentares da Mesa Executiva e servidores da Casa, além da imprensa, podem entrar no plenário.
“É absolutamente impossível voltarmos com as sessões presenciais”, disse Romanelli. “O ideal é retornar as sessões presenciais tão logo quando possível. Mas nós só vamos retornar quando as autoridades de saúde disserem que é possível”, afirmou.
Segundo ele, dez técnicos trabalham para manter o sistema de votação remoto do plenário. “Não conseguimos fazer funcionar às sessões com um número reduzido de pessoas”, alegou. “É impossível fazer funcionar um sistema virtual com 27 comissões permanentes e ao mesmo tempo, dar segurança jurídica a esse processo”, justificou.
Tempo
O líder do governo, deputado Hussein Bakri (PSD), defendeu a manutenção das sessões remotas. “Não vejo nenhum prejuízo à democracia”, argumentou.
Com inf, Bem Paraná | Foto: Dálie FelbergAlep
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