Confira o Plano mágico do Governo para retomada da economia

• 23/04/2020

O Governo federal divulgou o plano elaborado pelos militares para a retomada do crescimento socioeconômico do País depois que a crise de saúde decorrente da pandemia de COVID-19 passar. Chamado Plano Marshall, as diretrizes traçadas pela ala militar do Palácio do Planalto apresentam grandes objetivos. Faltou apenas a previsão de onde virá o dinheiro para executar todas as ações previstas.

As consequências econômicas da pandemia afetam todos os setores, públicos e privados, e ainda causarão muitos prejuízos. Não há previsão de quando a crise de saúde vai passar, de modo que também não há previsão do quão comprometida estará a atividade econômica ao final dessa crise. Para ser considerado sério, ou ao menos viável, a principal diretriz do Plano Marshall deveria ser a forma como o Governo pretende obter fundos para realizar as ações previstas em sua bela apresentação de slides.

Além de não prever o principal, o Plano Marshall também deixa em aberto muitos conceitos. Por exemplo, qual será o modelo de governança que aparece no topo da pirâmide da página? Serão as ações estratégicas centralizadas, com ordens partindo exclusivamente do presidente da República, sem a participação de prefeitos e governadores – que possuem conhecimento regional e local para saber quais estratégias mais indicadas?

De que forma será assegurada a segurança jurídica em um período de instabilidade? Os investimentos advirão de obras públicas, que precisarão de fundos, e parcerias público-privadas, com empresários que sequer sabem qual será a sua condição financeira até o final do ano, por conta da pandemia? O esboço apresentado será a base para estruturar o programa? Um esboço que contém mais dúvidas do que diretrizes propriamente ditas?

Enquanto os militares não forem capazes de responder a essas dúvidas, persistirá a maior de todas: foi para isso que Jair Bolsonaro deixou de ouvir o seu ministro da Economia, Paulo Guedes – mais um dos ministros técnicos a quem o presidente prometeu uma “carta branca” que nunca concedeu de fato?

Com inf, Camila Greff - MBL News | Foto: Marcos Corrêa/PR

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